O jornalista Roberto Marinho, presidente das Organizações Globo, nasceu no dia 3 de dezembro de 1904, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro. Era filho do também jornalista Irineu Marinho e de Francisca Pisani Marinho. Estudou na Escola Profissional Sousa Aguiar e nos Colégios Anglo-Brasileiro, Paula Freitas e Aldridge, no Rio. Casado desde 1984 com Lily de Carvalho, sua terceira mulher, foi com Stela Marinho que Roberto Marinho teve quatro filhos: Roberto Irineu, José Roberto, João Roberto e Paulo Roberto. O Jornalista e Presidente das Organizações Globo, teve sua última aparição pública em dia 29 de julho, quando participou de uma missa comemorativa dos 78 anos de fundação do jornal "O Globo". Roberto Marinho, tornou-se um ícone do Jornalismo, sendo um referencial para muitos! Sua trajetória, é um marco na história da imprensa brasileira, orgulho de uma nação, que deixa experiências, lições de vida e Saudades! | |
Foto: Marco Antonio Resende -Nenhum brasileiro acumulou tanto poder ao longo do século 20 como o jornalista e empresário Roberto Marinho, criador do maior conglomerado de mídia e entretenimento do Brasil. Seu império começou a ser erguido a partir do jornal "O Globo", herdado do pai, Irineu Marinho, e cresceu sem interrupção ao longo de sete décadas. Com uma fortuna pessoal de US$ 1 bilhão de dólares, ele consta da lista dos homens mais ricos do mundo elaborada pela revista "Forbes". A história das Organizações Globo pode ser dividida em três grandes fases. A primeira delas começa em 1925, com o lançamento do "Globo", percorre os anos 30 e 40, com o sucesso das revistas de quadrinhos norte-americanos, e passa pela aquisição da rádio Globo (44). A segunda começa em 1965, quando entra no ar a primeira emissora de TV, que se tornaria porta-voz do regime militar. A terceira começa em meados dos anos 90, quando o grupo abre o capital, investe em novas mídias e dá início ao processo de sucessão de Marinho. O começo Roberto Pisani Marinho nasceu no Rio de Janeiro no dia 3 de dezembro de 1904. Seus pais --Irineu Marinho Coelho de Barros e Francisca Pisani Barros-- tiveram cinco filhos (três homens e duas mulheres). Irineu Marinho foi um jornalista importante do início do século 20. Fundou, em 1911, "A Noite", um jornal de oposição que logo conquistaria a liderança no mercado de vespertinos. Em 29 de julho de 1925, lançou "O Globo", com duas edições diárias e uma tiragem inicial de 33.435 exemplares. Roberto Marinho tinha 20 anos e foi trabalhar com o pai, como repórter e secretário particular. Vinte e um dias depois, Irineu Marinho morreu de infarto, enquanto tomava banho. Instado por sua mãe a assumir a direção do jornal, Roberto Marinho preferiu confiá-la a um colaborador do pai, Euricles de Matos, enquanto continuava seu aprendizado dentro do jornal. Apenas em maio de 1931, quando Euricles de Matos morreu, Roberto Marinho assumiu definitivamente a direção do jornal. Tinha então 26 anos. Fizera os estudos primários em escolas públicas, depois cursara uma escola profissionalizante e interrompera o curso de humanidades para trabalhar com o pai no "Globo". Não chegou, portanto, a concluir curso superior. "O Globo" surgiu como um jornal noticioso, em oposição ao jornalismo partidário que ainda se praticava na época, e defensor, simultaneamente, de causas populares e da entrada no país de capital estrangeiro. "O Globo" apoiou o governo provisório instituído pela Revolução de 30 e, em 1932, a Revolução Constitucionalista. Com posição editorial sempre cautelosa, fez do combate ao comunismo uma de suas marcas. O jornal fez restrições ao golpe que gerou o Estado Novo (1937), mas Marinho participou do Conselho do Departamento de Imprensa e Propaganda, responsável pela censura a jornais. Na Segunda Guerra Mundial, "O Globo" foi a favor do rompimento com a aliança da Alemanha, Itália e Japão e tomou posição a favor do fim da ditadura de Getúlio Vargas. Embora o jornal fosse o cartão de visita de Marinho, o crescimento financeiro do grupo se deu por causa da edição de gibis, histórias em quadrinhos norte-americanas e de empreendimentos imobiliários. Em dezembro de 1944, Roberto Marinho comprou a rádio Transmissora, da RCA Victor, e inaugurou sua primeira emissora, a rádio Globo. Com a eleição de Vargas, passou a lhe fazer forte oposição. Em 53, o jornal fez campanha contra a criação da Petrobras. Naquele mesmo ano, a rádio Globo foi franqueada ao jornalista Carlos Lacerda (1914-1977), que a usou para atacar Vargas e os empréstimos do governo a Samuel Wainer (1912-1980) para o lançamento do jornal "Última Hora". Embora o próprio "Globo" tenha se beneficiado de empréstimos oficiais. O suicídio do presidente, em agosto de 54, provocou grande comoção popular, durante a qual duas caminhonetes da rádio Globo e dois caminhões do jornal foram incendiados. Em 1955, elegeu-se Juscelino Kubitschek (1956-61), a quem Marinho fez oposição moderada e de quem ganhou a primeira estação de TV, a Globo do Rio. Na eleição seguinte, apoiou Jânio Quadros, mas em seguida discordou de sua política externa e se decepcionou com a renúncia, em 1961. Ele inicialmente foi tolerante com o sucessor de Jânio, João Goulart (PTB), mas logo passou a conspirar para derrubá-lo. Colocou seus veículos à disposição da oposição e apoiou o golpe militar de 1964. No entanto, foi durante o governo de João Goulart que Roberto Marinho ganhou sua segunda concessão de TV, a Globo de São Paulo. Os militares As Organizações Globo, "integradas no processo revolucionário", deram seu total apoio aos governos que se estabeleceram a partir de 64. Sob o regime militar, Marinho deu um salto decisivo na expansão de seus negócios ao inaugurar, em abril de 65, a TV Globo do Rio. Seu jornal estava entre os mais vendidos na cidade e a rádio era líder de audiência. A TV Globo se firmou rapidamente por três razões: um acordo financeiro e operacional com o grupo norte-americano Time-Life, a colaboração com o regime militar e o declínio das TVs Tupi e Excelsior. O acordo com o grupo Time-Life (injeção do equivalente hoje a US$ 25 milhões, mais assessoria técnica e comercial) recebeu inúmeras críticas, porque Marinho ignorou o artigo 160 da Constituição de 1946, que vetava a participação acionária de estrangeiros em empresas de comunicação. O relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito criada para investigar o acordo concluiu que a Constituição fora de fato desrespeitada, mas o procurador-geral da República, em 67, e o presidente Artur da Costa e Silva, em 68, decidiram que a operação havia sido legal. A TV Globo conquistou os cariocas no verão de 1966, quando fez com exclusividade a cobertura ao vivo das enchentes que deixaram dezenas de mortos e feridos no Rio. A idéia da cobertura ao vivo foi do executivo Walter Clark (1936-1997), que viria a implantar, nos anos 70, o famoso "padrão Globo de qualidade". A "lua-de-mel" da emissora com o público duraria até 82, quando a Globo foi identificada com a tentativa de se impedir a vitória de Leonel Brizola para o governo do Rio, no episódio conhecido como Caso Proconsult. Roberto Marinho teve grandes adversários, como Assis Chateaubriand (1892-68), Carlos Lacerda, Samuel Wainer. Brizola foi outro desafeto de décadas. Em 15 de março de 94, o locutor Cid Moreira leu, no Jornal Nacional, texto de Brizola, que ganhou na Justiça um direito de resposta. "Tudo na Globo é tendencioso e manipulado", teve de afirmar o locutor. A TV Globo ficou associada ao regime autoritário por ter sido porta-voz dos militares e por ter crescido naquele período. As empresas jornalísticas do grupo se adaptaram às regras impostas pelos governantes: o noticiário político desapareceu e o econômico fazia eco aos "milagres" de Delfim Netto e sucessores. Caso célebre de colaboração foi "Amaral Neto, o Repórter", programa em que supostos documentários ajudavam a construir a imagem positiva do regime. Em 1972, o então presidente Emílio Médici chegou a afirmar: "Sinto-me feliz todas as noites quando assisto ao noticiário. Porque, no noticiário da TV Globo, o mundo está um caos, mas o Brasil está em paz". Esse tipo de procedimento tendencioso acabou permeando o conteúdo editorial dos veículos de Marinho até a década de 80, já no correr do processo de transição democrática. A mudança de rumo Em 1983, Roberto Marinho começou a mudar os rumos de seus compromissos políticos. Naquele ano, ele informou ao presidente João Baptista Figueiredo (1979/ 85) que daria apoio a um projeto que previsse a alternância de poder no governo federal. Mas, no primeiro semestre de 1984, a Rede Globo ignorou completamente as manifestações populares em favor de eleições diretas para presidente da República. Somente a partir do comício da Candelária, no Rio, quando a campanha já tinha se consolidado e eram grandes as pressões e as hostilidades contra a emissora, a TV transmitiu reportagem completa, ao vivo. Com a derrota das Diretas-Já, a disputa pela sucessão de Figueiredo foi para o Colégio Eleitoral. Marinho passou, então, a apoiar a candidatura moderada de Tancredo Neves (PMDB) contra Paulo Maluf (PDS). Tancredo foi eleito pelo voto indireto, mas morreu antes de tomar posse. Roberto Marinho manteve sua influência no governo herdado por José Sarney (1985/90): nomeou os ministros Leônidas Pires Gonçalves (Exército) e Antonio Carlos Magalhães (Comunicações) e influiu na escolha de titulares da área econômica, como Maílson da Nóbrega. Com Sarney, a família Marinho conseguiu mais quatro concessões de TV. A má imagem A imagem politicamente antipática do grupo nasceu durante o governo militar e se cristalizou no início da década de 80, quando se acelerou o processo de redemocratização. Casos como as coberturas parciais e enviesadas das greves dos metalúrgicos do ABC (79), da eleição para o governo do Rio de Janeiro (82), a relutância na cobertura da campanha das Diretas-Já (83/84), a polêmica edição do debate entre os candidatos a presidente Fernando Collor e Lula (89) marcaram não só a imagem da emissora como de todo o grupo de Marinho. O slogan "O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo" vem, desde então, sendo repetido em diversos episódios históricos. Na eleição presidencial de 89, Marinho apoiou Fernando Collor de Mello. O segundo turno foi disputado por Collor e Lula. O último debate foi transmitido ao vivo pela Globo. Mas, no "Jornal Nacional", a emissora apresentou uma edição do debate francamente favorável a Collor, que teve um minuto e 12 segundos a mais de tempo de exposição. Era uma evidência da parcialidade da emissora. Collor e Marinho se entenderam até agosto de 92, quando a campanha pela destituição do presidente já tinha sido encampada por toda a sociedade. Em 1994 e 1998, Roberto Marinho apoiou a candidatura de Fernando Henrique Cardoso. A partir de 1995 as Organizações Globo iniciaram um processo de reconstrução de sua própria imagem. A TV Globo, que então completava 30 anos, mudou a orientação jornalística, em busca de um noticiário mais isento e despolitizado, e inaugurou o Projac (Projeto Jacarepaguá), maior complexo de estúdios, auditórios e produção televisiva da América Latina. A construção do Projac, aliás, foi cercada de polêmica porque o empreendimento recebeu empréstimo de US$ 38 milhões da Caixa Econômica Federal, operação que contrariou parecer técnico da CEF e que foi questionado na Justiça. A partir de 1995, passou a ficar mais nítida a dificuldade enfrentada pela emissora para manter os mesmos índices de audiência e sua liderança em horários estratégicos. Vencido pela idade, Roberto Marinho foi participando cada vez menos das atividades de suas empresas. Em depoimento gravado no final de 2000, a memória já estava fraca e seletiva, fixada apenas em "O Globo", o vespertino de Irineu Marinho que deu origem ao império. |
ROBERTO MARINHO
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
domingo, 1 de agosto de 2010
DISCURSO DE POSSE NA ABL - 1993
Meus amigos
Senhores acadêmicos
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sábado, 3 de julho de 2010
É filho do jornalista Irineu Marinho, que morre em 1925, um mês depois de fundar o jornal O Globo, em que Roberto Marinho atuava como repórter aos 21 anos. Recusa-se a comandar o jornal, por sentir-se inexperiente, e nele passa por vários cargos, até assumir a direção, em 1931.
Em 1965 entra para o campo da televisão, além de organizar o sistema Globo de Rádio e a Rio Gráfica Editora, que mais tarde se torna a Editora Globo. Em 1977 cria a Fundação Roberto Marinho, com programas de cultura, educação, esporte e preservação do patrimônio histórico nacional. Sob sua direção, a Rede Globo transforma-se na maior cadeia de televisão do país e em uma das maiores do mundo. Produz programas que exporta para mais de 50 países.
Dono de um grande acervo de artes plásticas, apaixonado por caça submarina e hipismo, é fundador também da Sociedade Hípica Brasileira. Em 1993 é eleito para a Academia Brasileira de Letras (ABL). Casado pela terceira vez, passa pouco a pouco o controle das Organizações Globo aos quatro filhos, estando, porém, sempre presente.
Mesmo sem máquinas próprias à época, Roberto Marinho empenhou-se desde o início da redação na rua Bittecourt Silva, no Rio de Janeiro, a fazer do veículo algo muito mais grandioso. Assim, com extrema perseverança, construiu passo a passo O Globo, modernizando-o tanto em linguagem, quanto em tecnologia.
O jornal foi um dos primeiros a apostar em matérias mais abrangentes - de fatos da comunidade até os acontecimentos internacionais. Era “uma nova maneira de ver o mundo”, como dizia.
Um dos passos decisivos foi a transferência do jornal, em 1954, para a rua Irineu Marinho, também no Rio, onde está até hoje. O Globo já estava consolidado e Roberto Marinho expandia a organização à Rádio Globo, criada em 1944 e, em 1965, à Rede Globo de Televisão. Ao longo dos anos, outros jornais e revistas agregaram-se à empresa, sendo seguidos, mais recentemente, pela TV por assinatura e a internet.
No entanto, apesar de ter sido responsável por um conglomerado da comunicação, o orgulho maior de Roberto Marinho era sua profissão de jornalista. Gostava de ser conhecido assim, mesmo que a imagem de empresário bem sucedido se destacasse através de seus inúmeros empreendimentos.
Acima de tudo, era um homem otimista, que transformou essa virtude em um dos grandes trunfos para transformar em realidade seus sonhos. Um deles era o de levar educação e cultura a um número significativo de brasileiros.
Obcecado pelo trabalho, apaixonado pela educação
Embora mantivesse uma rígida rotina de trabalho, Roberto Marinho não deixava de lado seu grande prazer: a arte. Gostava de obras de Honoré de Balzac, Machado de Assis e Eça de Queiroz, na literatura, e de Chopin e Verdi, na música. Apreciava igualmente cinema e teatro, além de ser colecionador de quadros de artistas brasileiros.
Todo este apreço pelo conhecimento conduziu-o a um ideal nobre. Surgia, assim, em novembro de 1977, a Fundação Roberto Marinho, com a meta de oferecer ao país um acesso mais facilitado de assuntos culturais e educacionais, através dos meios de comunicação.
Roberto Marinho faleceu em 2003, aos 98 anos.
Roberto Pisani Marinho (Rio de Janeiro, 3 de dezembro de 1904 — Rio de Janeiro, 6 de agosto de 2003) foi um jornalista[1] e empresário brasileiro. Foi um dos homens mais ricos e poderosos do Brasil. Participou do movimento tenentista, porém foi um dos primeiros a sair do Forte de Copacabana.
Herdou ainda jovem o jornal O Globo, fundado por seu pai, Irineu Marinho em 29 de julho de 1925, o qual ele ampliou, fundando uma cadeia de rádios entre as quais se destacam a Rádio Globo e a Rádio CBN, esta última somente de notícias. Em 26 de abril de 1965,fundou a Rede Globo de Televisão, que se tornou o principal canal de Televisão do Brasil e a quarta maior do mundo. A Rede Globo tem tido um grande desenvolvimento, durante e principalmente depois da Ditadura Militar. É especialmente na produção de telenovelas, que a TV Globo mostrou todas as suas forças, as quais têm sido exportadas para inúmeros países, inclusive a China. Hoje em dia suas empresas formam um império de mídia que tem imensa influência social e política no Brasil.
Esse pool de empresas faz parte do que hoje se conhece pelo nome de Organizações Globo.
Roberto Marinho sempre defendeu o liberalismo econômico, com aliança estratégica com os Estados Unidos. Foi adversário de políticos como Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Leonel Brizola e o Lula da Silva. Quando Getúlio Vargas se matou, como presidente da República em 1954, seu jornal foi destruído pela população, quase falindo. Foi acusado de ser o mentor intelectual da Ditadura Militar, apoiada por ele, assim como de manipular as eleições para governador do Estado do Rio de Janeiro, quando Leonel Brizola venceu. Também acusado de mandar nas comunicações brasileiras no governo de José Sarney, quando Antônio Carlos Magalhães, dono de uma afiliada da Globo, foi ministro das comunicações. Em 1989, foi acusado de manipular a edição do Jornal Nacional, após o debate de segundo turno entre Fernando Collor e Lula da Silva, para ajudar Collor a ser eleito presidente. Em 1992, Roberto Marinho, em um editorial do jornal O Globo e no noticiário Jornal Nacional, chamou Leonel Brizola de "senil". Isso valeu direito de resposta a Brizola no Jornal Nacional, que foi lido por Cid Moreira, dois anos depois, em 1994. Com o governo Fernando Henrique, as Organizações Globo passaram por uma grande crise, retirando o nome do jornalista na lista de bilionários da revista Forbes.
Com sua primeira esposa em 1946, Stella Goulart Marinho, teve quatro filhos: Roberto Irineu Marinho, Paulo Roberto Marinho (falecido aos dezenove anos, em 1970), João Roberto Marinho, e José Roberto Marinho. O segundo casamento foi com Ruth Albuquerque, em 1971, já se divorciando da primeira esposa.
Seu último casamento, o terceiro, foi com Lily de Carvalho Marinho, em 1991.
Em 6 de agosto de 2003, aos 98 anos, Roberto morreu num hospital na sua cidade natal.